Pedro Mateus

Aluno do 1º ano de Design e Produção Gráfica do Instituto Superior de Educação e Ciência

Este blog tem como objectivo, uma publicação regular sobre os temas abordados nas aulas de Óptica e teoria da Cor, que servirão como elementos de avaliação à disciplina.

Um espaço para me cultivar e para te cultivares!

Discromatopsia | Daltonismo

Fugindo uma vez mais à matéria abordada nas últimas aulas, hoje rumo a um tema que eu próprio estive eminente em sofrer - A Discromatopsia ou Daltonismo.

O que é exactamente Daltonismo?

É uma insuficiência visual relacionada com a incapacidade de distinguir diversas cores do espectro visual.

Geralmente esta insuficiência é transmitida hereditariamente e só raramente adquirida. É causada por um gene recessivo localizado no cromossoma X, por isso a sua taxa de incidência é DEZ VEZES MAIOR NOS HOMENS! Do que nas mulheres, pois a mulher precisaria de duas cópias do gene daltónico enquanto que o homem apenas de uma, já que possui apenas um cromossoma X.







Como muitos de outros fenómenos, este já advém da antiguidade, mas apenas no séc. XVIII sugeriu a primeira descrição cientifica deste problema, através do físico inglês John Dalton (compreendem de onde surgiu o nome do problema, que curiosamente era daltónico).



Muitos outros físicos estudaram o assunto e chegaram à conclusão que no interior do olho humano, na zona responsável pela conversão de estímulos luminosos em estímulos nervosos, existem células chamadas de Cones. Os cones apresentam uma sensibilidade diferenciada, captando a luz em com comprimentos de onda diferentes, existindo, portanto, cones que captam ondas longas (vermelhos) e outros ondas curtas (violetas) e ainda outros os comprimentos intermédios correspondentes aos verdes e amarelos. Consoante o tipo de radiação incidente, os cones seriam estimulados, gerando uma impulso nervoso que no cérebro era traduzido como a cor resultante. Nos daltónicos existe um problema no normal funcionamento dos cones, provocando assim a incapacidade de distinção correcta das cores.


Tipos de daltonismo existentes

Num caso mais sério e bastante raro, a criança vê o seu mundo a preto, branco e cinzento - Visão Acromática - nos casos mais comuns, os daltónicos vêem todas as cores, apenas não com toda a sua vivacidade; ou então apresentam uma maior dificuldade na percepção das cores que se situam entre o verde e o vermelho da roda das cores, distinguindo na perfeição todas as outras.

Estes são os 3 tipos de daltonismo mais comuns:

  • Protanomalia: dificuldade em distinguir a cor vermelha.
  • Deuteranomalia: dificuldade em distinguir as cores que se situam entre o verde e o vermelho; representa mais de metade das pessoas daltónicas.
  • Tritanomalia: dificuldade em distinguir as cores que se situam entre o azul e o amarelo; este é um dos cenários mais raros, mas que pode ainda ser agravado se o daltónico não conseguir ver o azul (tritanotopia), o vermelho (protanotopia) ou o verde (teranotopia).
Sabias que...

  • A maioria dos daltónicos não sabe que possui esta perturbação da visão?
  • Para os daltónicos, o arco-íris não possui 7 cores, mas sim 2 ou 3 (azul, amarelo, verde)?
  • Devido à sua vivacidade, o azul ou o roxo são, por norma, as cores preferidas das pessoas com daltonismo?
  • Regra geral, os daltónicos vêem aproximadamente 500 a 800 cores?
  • Mesmo entre os daltónicos, a percepção das cores varia muito?
  • Os daltónicos identificam mais tonalidades de violeta do que as pessoas com visão normal?
  • As pessoas com daltonismo têm uma visão nocturna muito superior à de uma pessoa com visão normal?
  • O pintor Vincent van Gogh era daltónico?
  • Durante a 2ª Guerra Mundial, eram os soldados daltónicos que melhor conseguiam detectar homens camuflados na mata?
  • A ocorrência de daltonismo é maior entre os descendentes de Europeus?

É curioso como uma pessoa daltónica pode ver o mundo de uma forma tão diferente que um não-daltónico.
Como referi no inicio do post, também eu poderia ter herdado este problema, nesse caso lá se ia o meu futuro no ramo do design! certamente não teria podido assinar aquele belo papel de Pré-requisito, afirmando que consigo distinguir as cores...

Deixo-vos aqui umas imagens interessantes que caso estejam interessados em saber se têm ou não um gene recessivo, observem e digam o número que se encontra no centro.





Até ao próximo post!
PS: Obrigado
in:
Michel Pastoureau, "Dicionário das Cores do Nosso Tempo", Editorial Estampa, 1997

1 comentários:

Sérgio disse...

Ena pá! Daltonismo sempre foi uma coisa que me fascinou, é verdade, por que conheço uns quantos. Essa gente costumava ter muito problema com os sinais de trânsito da polícia (aquelas pseudo-raquetes com verde dum lado e vermelho do outro).

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